sexta-feira, 24 de outubro de 2008

O exame mais temido: Amniocentese




A amniocentese é um processo através do qual uma pequena quantidade de líquido amniótico é retirada do saco amniótico do útero, sem prejudicar o feto. O líquido é depois examinado quimicamente a fim de se verificar se a criança será ou não saudável. Como o líquido amniótico é engolido pelo feto e passa através da boca e da bexiga, contém células de outros órgãos do bebé, que quando analisadas ao microscópio podem dar indicações sobre o estado de saúde e sexo do bebé.
Os cromossomas existentes nas células podem ser analisados e fornecem informações sobre 75 distúrbios genéticos diferentes.





* Este teste é aconselhado a quem?
A grande razão de existir este teste é a verificação de anomalias a nível dos cromossomas.
Estes são mais prováveis de acontecer se:
· A futura mãe tem mais de 37 anos. As mulheres a partir desta idade têm mais probabilidades de dar à luz uma criança que sofra de síndroma de Down. Por isso, este teste deve ser feito rotineiramente entre a 16ª e a 18ª semana de gravidez.

· Se um dos pais sofre de uma anomalia a nível dos cromossomas.
· Pais que tenham um filho com anomalias cromossómicas ou com um outro defeito de nascimento.
· Determinadas doenças existentes na família de um dos pais.
· Se a futura mãe já sofreu três ou mais abortos espontâneos.
· Se para o bebé nascer o parto deve ser provocado prematuramente ou nascer mais cedo por cesariana. O teste é feito já perto do fim da gravidez para determinar a maturidade dos pulmões. Os bebés prematuros estão mais predispostos a síndromas de dificuldades respiratórias.
· Se houver uma incompatibilidade sanguínea a nível do factor RH. O teste indica se o bebé necessita de uma transfusão de sangue intra-uterino ou de atenções especiais após o parto.


* Quais os riscos?
O risco de prejudicar o feto é praticamente nulo, e os riscos de aborto espontâneo são escassos – a proporção é de aproximadamente 1 em 200-, se o teste for feito por pessoal especializado e após um exame de ultra-sons. Outras complicações possíveis, mas raras, são as infecções e as perdas de sangue. No entanto, algumas células sanguíneas fetais podem passar para a circulação sanguínea da mãe, podendo provocar complicações, se a mãe tiver um tipo de sangue RH negativo. Apesar disso, o teste é 99% seguro.




* Como é feito?
A amniocentese deve ser feita 14 semanas após o último período menstrual pois só nessa altura haverá líquido amniótico e células suficientes para analisar. Antes de o líquido ser retirado para análise deve ser feito um exame de ultra-sons para determinar a posição do feto e da placenta. A maioria das mulheres não sente qualquer dor, apenas uma sensação de que o feto está a ser empurrado e depois puxado; outras acham-no mais doloroso; e algumas queixam-se de cólicas após o teste.


Após a aplicação da anestesia local (facultativa) no estômago, é inserida uma agulha através da parede abdominal, no útero. Serão retirados cerca de 14 g de líquido. Seguidamente, o líquido será lançado numa centrifugadora, para separar as células do líquido, fazendo-se depois uma cultura dessas células que pode ir de 2 semanas e meia a 5 semanas.

Rotineiramente não se faz este exame, por isso é importante que o seu médico autorize todos os testes que se podem aplicar ao seu caso, tendo em conta o seu historial médico familiar.

Mas este tipo de exame não deve ser feito ligeiramente. A grávida deve pesar bem as razões que a levam a fazê-lo, e especialmente, perguntar a si mesma se está preparada para terminar com a sua gravidez se os testes lhe derem motivo para preocupações. A espera pelos resultados pode ser agonizante porque a gravidez já pode estar bem definida e a interpretação será idêntica à de um parto provocado.

Fonte:
* STOPPARD, Miriam. (2006). Enciclopédia da Mulher - Guia Médico da Mulher - Volume1. Editorial Anagrama. 5ªEdição.
Dia: 13.10.2008
Hora: 20h38

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